Manter os nossos cães saudáveis é uma prioridade para qualquer tutor responsável. Uma das formas fundamentais de garantir o bem-estar do nosso animal de companhia é através da desparasitação, tanto interna como externa. Neste artigo, vamos focar-nos especificamente no desparasitante externo para cães, abordando a sua importância, os tipos disponíveis, a frequência recomendada de aplicação e cuidados especiais para uma proteção eficaz contra pulgas, carraças e outros parasitas externos. Se quer manter o seu cão livre de incómodos e doenças provocadas por parasitas, continue a ler para saber tudo o que precisa sobre este tema crucial.
Importância da Desparasitação Externa em Cães
A desparasitação externa é um componente essencial na rotina de cuidados dos cães. Parasitas externos como pulgas, carraças, piolhos e ácaros não são apenas incómodos — podem causar uma série de problemas de saúde, desde irritações cutâneas até enfermidades mais graves, como a Doença de Lyme ou a Babesiose. Estes parasitas podem também atuar como vetores de infeções que afetam tanto os cães como os seus tutores humanos.
Além do desconforto evidente que causam — comichão intensa, perda de pelos ou inflamações da pele — a presença destes parasitas pode comprometer seriamente a saúde do animal. Pulgas, por exemplo, podem provocar dermatite alérgica à picada da pulga (DAPP), uma condição muito comum que leva a uma resposta alérgica do sistema imunitário. Por outro lado, carraças podem transmitir agentes patogénicos através da saliva, o que torna a prevenção e o controlo destes parasitas uma prioridade.
Ao aplicar regularmente um desparasitante externo eficaz, está-se não só a proteger o cão, como também a prevenir infestações no ambiente doméstico, que poderão ser difíceis de controlar mais tarde. Muitos tutores não percebem que as pulgas que se veem no animal representam apenas cerca de 5% do problema — os restantes 95% estão sob forma de ovos ou larvas espalhados pela casa.
Portanto, assegurar uma desparasitação externa regular, com produtos adequados, é um gesto simples que pode evitar grandes problemas. É especialmente importante em períodos de maior risco, como na primavera e verão, altura em que a atividade de parasitas externos atinge o pico.
Além da proteção individual, o uso regular de desparasitantes externos contribui para o controlo populacional dos parasitas na comunidade. Isto é particularmente importante em contextos de vida urbana ou em lares com múltiplos animais, ajudando a quebrar os ciclos de reprodução e a evitar uma disseminação descontrolada.
Tipos de Desparasitantes Externos e Como Escolher o Mais Adequado
No mercado existem várias opções de desparasitantes externos, cada uma com características distintas adaptadas a diferentes necessidades. A escolha do produto mais adequado para o seu cão deve ter em consideração fatores como o peso do animal, a idade, estilo de vida (urbano vs rural), frequência de contacto com outros animais e eventual presença de alergias.
Os principais tipos de desparasitantes externos são:
- Pipetas (spot-on): Aplicadas na pele entre as omoplatas uma vez por mês. São eficazes contra pulgas, carraças e, nalguns casos, mosquitos. São fáceis de aplicar e proporcionam uma proteção contínua, muito utilizadas pela sua conveniência.
- Comprimidos mastigáveis: São administrados oralmente e têm a vantagem de não dependerem do estado da pele ou da aplicação tópica. Alguns oferecem proteção até 12 semanas. São ideais para cães com pele sensível ou que tomam banhos frequentes.
- Sprays: São de aplicação direta sobre o pelo, eficazes no controlo imediato de infestações. Contudo, requerem aplicação cuidadosa e geralmente são reservados para situações pontuais ou animais muito jovens.
- Colares antiparasitários: Proporcionam proteção prolongada (alguns até 8 meses). São práticos e indicados para cães que vivem em ambiente rural ou passam muito tempo ao ar livre.
- Shampoos antiparasitários: Mais usados como complemento ou em casos de infestação visível. Não têm efeito residual duradouro, sendo menos eficazes isoladamente como prevenção.
É importante salientar que nem todos os produtos são adequados a todas as raças ou idades. Cães muito jovens, a partir das 8 semanas, podem ter limitações quanto aos tipos de substâncias utilizáveis. Nesses casos, é essencial consultar o seu médico veterinário antes de iniciar qualquer tipo de tratamento. O mesmo se aplica a fêmeas grávidas ou lactantes.
Outro aspeto importante é a resistência que alguns parasitas podem desenvolver ao uso recorrente de certos princípios ativos. Para evitar esta situação, é recomendável alternar os princípios ativos ou usar fórmulas combinadas, recomendadas pelo médico veterinário.
Os desparasitantes externos mais modernos possuem também efeito repelente, ou seja, para além de eliminar os parasitas, impedem o seu contacto e alimentação no animal, o que reduz drasticamente o risco de transmissão de doenças.
Por fim, deve-se considerar as medidas complementares que ajudam a aumentar a eficácia dos desparasitantes, como:
- Aspirar e higienizar com frequência os espaços onde o cão dorme;
- Lavar regularmente mantas e brinquedos;
- Evitar o contacto com áreas de infestação conhecida, como matagais ou relvados infetados em épocas quentes.
A adesão a um plano de desparasitação controlado e periódico é crucial. Um erro comum é interromper o tratamento nos meses de inverno sob a falsa perceção de que os parasitas só existem no verão. Embora a atividade dos parasitas seja maior em climas quentes, dentro de casa, os ambientes aquecidos e húmidos permitem a sobrevivência e proliferação dos mesmos durante todo o ano.
Assim, a melhor estratégia é uma prevenção contínua, personalizada de acordo com o estilo de vida do cão, sempre com a orientação de um profissional veterinário.
Manter o seu cão livre de parasitas externos é mais do que uma questão de conforto — é um imperativo de saúde e bem-estar.
Em suma, a escolha do desparasitante externo ideal deve ser feita de forma criteriosa, levando em conta os múltiplos fatores mencionados, e enquadrando-se numa abordagem preventiva e contínua. Com a vasta gama de produtos disponíveis e os avanços na área veterinária, nunca foi tão fácil proteger o nosso melhor amigo. Afinal, prevenir é sempre melhor — e mais económico — do que tratar.