Desparasitação em Gatos: Proteja a Saúde do Seu Felino

Desparasitação em Gatos: Proteja a Saúde do Seu Felino

Manter a saúde dos nossos gatos é uma prioridade para qualquer tutor responsável. Um dos aspetos essenciais dos cuidados com os felinos é a prevenção e tratamento de parasitas, tanto internos como externos. Os desparasitantes internos e externos desempenham um papel vital na proteção do bem-estar dos gatos, evitando problemas de saúde potencialmente graves. Neste artigo, vamos explorar em profundidade a importância da desparasitação, os diferentes tipos de parasitas que podem afetar os gatos, e as opções disponíveis de desparasitantes, com foco na realidade de Portugal. Se é amante de gatos e se preocupa com a sua saúde, continue a ler para descobrir tudo o que precisa de saber sobre desparasitação felina.

Importância da desparasitação em gatos

Os parasitas podem comprometer seriamente a saúde dos gatos, tanto a curto como a longo prazo. Estes organismos podem ser classificados em duas grandes categorias: parasitas internos, que afetam os sistemas internos do corpo, como intestinos ou pulmões, e parasitas externos, que vivem na pele e pelos do animal. A desparasitação é, portanto, fundamental não só para garantir o conforto do animal, mas também para proteger a sua saúde e até a dos humanos que convivem com ele.

Entre os parasitas internos mais comuns encontram-se:

  • Lombrigas (Toxocara cati e Toxascaris leonina)
  • Ténias (como Dipylidium caninum)
  • Giárdia
  • Coccídios

Já os parasitas externos incluem:

  • Pulgas
  • Carraças
  • Ácaros da orelha (Otodectes cynotis)
  • Piolhos

Muitos destes parasitas podem transmitir doenças graves, como a doença de Lyme, dermatites alérgicas, anemias, e até zoonoses, como a toxocaríase, que pode ser transmitida dos gatos para humanos. Por esta razão, a desparasitação deve ser feita regularmente, mesmo em animais de interior.

Desparasitação interna deve ser iniciada geralmente a partir das duas a três semanas de vida do gatinho e mantida com regularidade ao longo da vida, com uma periodicidade que pode variar entre mensal a trimestral, conforme indicação do veterinário. Já a desparasitação externa deve ser adaptada à exposição do animal ao ambiente, mas idealmente administrada todos os meses, ainda que o gato não saia de casa.

Em Portugal, municípios com climas mais temperados e húmidos, como Lisboa e Porto, propiciam maior proliferação de parasitas como pulgas e carraças durante todo o ano, o que torna a vigilância constante ainda mais importante.

Tipos de desparasitantes: como escolher o mais adequado para o seu gato

Existem diversas opções disponíveis no mercado para desparasitação interna e externa. A escolha do produto adequado depende de vários fatores, nomeadamente:

  • Idade e peso do gato
  • Estilo de vida (gato de interior ou com acesso ao exterior)
  • Histórico clínico
  • Presença de outros animais no lar

Relativamente aos desparasitantes internos, estes podem ser encontrados nas seguintes formas:

  • Comprimidos – uma das formas mais utilizadas, especialmente eficaz em gatos adultos. Existem produtos de largo espectro que combatem vários tipos de vermes ao mesmo tempo.
  • Pipetas spot-on – aplicadas na pele e absorvidas sistemicamente, também podem incluir ação contra parasitas externos quando possuem formulação mista.
  • Pasta oral – frequentemente usada em gatinhos ou em gatos que não aceitam comprimidos. Oferecem uma administração mais simples, embora possam ter espectro limitado.

Já os desparasitantes externos existem nas seguintes apresentações:

  • Pipetas – aplicadas na nuca do gato, são de aplicação simples e protegem contra pulgas, carraças e, em alguns casos, ácaros e piolhos.
  • Sprays – permitem uma cobertura ampla, mas exigem manuseio mais trabalhoso, especialmente em gatos pouco cooperativos.
  • Collares antiparasitários – oferecem proteção prolongada (até 8 meses), com libertação constante de substâncias ativas. São úteis em gatos que vivem no exterior, mas podem não ser bem tolerados por todos os animais.
  • Comprimidos palatáveis – mais recentes no mercado, algumas marcas oferecem soluções internas com efeito externo, eliminando parasitas através do sangue do gato.

É importante notar que nem todos os produtos estão registados para uso em gatos; alguns produtos usados em cães podem ser tóxicos para os felinos. Substâncias como a permetrina, por exemplo, são extremamente perigosas para gatos, podendo causar tremores, convulsões e até a morte. Por isso, deve-se adquirir apenas produtos específicos para gatos e com orientação veterinária.

Ao escolher um desparasitante, a consulta com um médico veterinário é crucial. Este profissional irá indicar a frequência ideal, o princípio ativo adequado e possíveis interações com outros medicamentos ou condições pré-existentes do animal.

Uma boa estratégia de desparasitação deve também incluir medidas preventivas no ambiente. A limpeza regular de camas, mantas e zonas de descanso do gato ajuda a eliminar ovos ou larvas de parasitas, reduzindo o risco de reinfestação. Produtos ambientais específicos, como sprays anti-pulgas para o lar, podem ser usados em casos mais persistentes.

Para tutores com mais de um animal em casa, é essencial desparasitar todos os animais simultaneamente, mesmo que apenas um apresente sintomas. A partilha de espaços facilita a transmissão de parasitas, tornando a prevenção coletiva uma medida indispensável.

É fundamental manter um plano contínuo de desparasitação, anotando datas e produtos utilizados em cada aplicação. Algumas clínicas veterinárias disponibilizam lembretes automáticos ou planos de saúde animal que incluem desparasitação regular, garantindo que o tutor não se esquece de aplicar os tratamentos quando necessário.

Por fim, vale a pena lembrar que os sintomas de infestação por parasitas nem sempre são evidentes. Um gato pode estar infetado e parecer completamente saudável. Sinais como perda de peso, vómitos, presença de vermes nas fezes, coceira intensa, ou escoriações na pele são indicadores já avançados e devem motivar uma visita urgente ao veterinário.

Prevenir é sempre mais eficaz e menos dispendioso do que tratar, e manter o seu gato desparasitado é um passo essencial para garantir uma vida longa, saudável e feliz ao seu lado.

Em suma, a desparasitação interna e externa nos gatos é uma prática indispensável para assegurar a saúde do animal e de toda a família. Ao entender os tipos de parasitas mais comuns e conhecer as diferentes opções de tratamento, o tutor pode fazer escolhas informadas e eficazes, sempre com orientação veterinária. A regularidade, a adequação do produto e os cuidados com o ambiente são os pilares fundamentais de uma boa estratégia de prevenção. Lembre-se: um gato saudavelmente desparasitado é sinónimo de um lar mais seguro, limpo e feliz.